Folha Online -
Microsoft admite falhas em novo programa de licençasA Microsoft admitiu ter falhado ao apresentar o programa de licenças Licensing 6.0 este ano. De acordo com a Reuters, Steve Ballmer, CEO da gigante do software, concordou que o plano foi confuso e causou dificuldades de entendimento.
Em um pronunciamento durante a conferência do Gartner, Ballmer explicou que ainda há consumidores que não conseguiram entender a proposta de licenças para os usuários finais.
Ok, vamos imaginar a Microsoft sendo honesta e chegando para o usuário:
- Meu caro, é o seguinte. Quando abrimos a empresa nos anos 70 produzir software era caro, não era fácil como hoje em dia, quase tudo o que a gente ganhava ia para a compra de equipamento ou de outras empresas que já tinham o sistema pronto. O que a gente fazia então? Pagava um salário meia boca para os nossos funcionários e dava cotas da empresa para ele. Assim, à medida que a empresa crescesse ele crescia junto também. Nada de excepcional nisso, muitas empresas trabalham da mesma maneira, contudo tivemos um problema no meio do caminho: chegou uma hora que boa parte dos nossos antigos programadores pararam de programar, para viver às custas das ações super valorizadas da nossa empresa. Assim, o que sobrou como alternativa? Contratar novos programadores. Como eles sabiam que a empresa dava ações eles vinham para cá esperando ganhar também ações. Ok, teve uma época que podíamos fazer isso, mas está cada vez mais complicado fazê-lo... Optamos então por terceirizar parte do desenvolvimento, de forma que a pessoa trabalha somente por um salário. O problema é que esse desenvolvedor não tem os mesmos estímulos que o programador da empresa, de forma que é maior a quantidade de códigos mal feitos, para dar conta da uma produção cada vez mais frequentes. E não se corrige um bug de graça. na verdade é mais caro consertar um bug do que fazer um sistema bem feito... So que apra fazer um sistema bem feito precisaríamos ter um sistema melhor amarrado, quase um sistema novo, já que cada pressão de mercado que apareceu nos obrigou a botar algo a mais no sistema mesmo que esse algo a mais fosse um enfeite inútil. Sabe o ícone do mouse com sombra? Pois é...
- Tá, ok, mas o que isso tem a ver com a nova licença?
- O que tem a ver? Você ainda não percebeu que estamos com uma estrutura funcional inchada, com um quadro enorme de acionistas que antigamente eram parte integrante do capital intelectual da empresa e que hoje não querem saber de mais nada além do novo taco de golfe que vai comprar à tarde, trabalhando com sistemas e mais sistemas com problemas de projeto? Como você acha que vamos pagar por tudo isso? Porque você acha que em vez de
vendermos licenças para você agora as estamos
alugando?